maio 15, 2011

A pior parte é não me lembrar de como eu era antes






Não sei a data exata da minha morte. Só sei que morri a algum tempo. Essa que hoje sou eu, desconheço, e sofro a cada dia tentando desvendar.
Como uma bomba relógio. É assim que me sinto, esperando o momento da grande explosão! É quando eu tomo uma nova forma, e talvez viva de novo. Pois estou morta e sendo assim não me resta nenhuma esperança nesta vida.
É uma sensação violenta, devastadora. Nada funciona. Dor, desespero, lágrimas, e uma expressão firme no rosto que disfarça e esconde o abismo que me cerca. Mais um dia se passou e eu não sorri verdadeiramente, não vivi...
As vezes penso que vivo, me perco efusivamente em qualquer situação banal que sirva como válvula de escape pro fracasso que se tornou minha história. Dia após dia, me sinto cada vez mais vulnerável. Minha mente se estagna, ólho, procuro, busco em outras dimensões uma suavidade de como quem não se importa. Não encontro! Encontro, desvio o olhar, coloco o rabo entre as pernas e me recolho dentro de minha casca, insegura, indefesa.. E é tudo o que me resta, após a morte de mim mesmo.
Não tenho a quem culpar, não tenho pra quem correr, também não sou forte o suficiente pra acabar com esse sofrimento, com essa angústia. Me permiti chegar até aqui, destrui tudo o que toquei, criei dentro de mim uma ansiedade tão grande que mesmo após a minha morte continua me matando.

Nenhum comentário:

Postar um comentário